Um telhado londrino em um curta sobre amor

 

telhadoTelhados. O que eles têm de tão especial? É comum vermos em blogs ou em sites voltados para imagens, como o pinterest, fotos de telhados que normalmente sugerem um momento sentimental.  Fuçando o meu filmow e as listas imensas que rolam por lá, parei em uma que se chamava ”Bons curtas”, simples assim. Foi aí que encontrei Reflections of a Skyline e corri para ver. De começo percebi que já havia visto imagens dele pelo tumblr, ao ver os comentários vi que esse curta fazia sucesso desde a época do falecido Orkut. Como eu nunca tinha visto? Me culpei, já que é o vídeo mais simples e mais encantador que já tive o prazer de assistir. Reflections of a Skyline retrata o lado bom e o lado ruim de um relacionamento, mostrando que ambas são suportáveis por causa do honesto e incondicional amor.

reO curta foi gravado durante um único dia em um telhado em Londres. Foi retirado de um trecho da peça ”Crave” da escritora Sarah Kane que na época usava o pseudônimo Marie Kelvedon, para fugir dos ataques dos críticos que já haviam julgado mal uma peça sua. Sarah cometeu suicídio aos 28 anos, deixando peças que até hoje são encenadas.

Texto completo:

“E eu quero brincar de esconde-esconde, te emprestar minhas roupas, dizer que amo seus sapatos, sentar na escada enquanto você toma banho, e massagear seu pescoço. E beijar seu rosto, segurar sua mão e sair para andar. Não ligar quando você comer minha comida, e te encontrar numa lanchonete para falar sobre o dia. Falar sobre o seu dia e rir da sua, sua paranoia. E te dar fitas que você não ouve, ver filmes ótimos, ver filmes horríveis. E te contar sobre o programa de TV que assisti na noite anterior e não rir das suas piadas. Te querer pela manhã, mas deixar você dormir mais um pouco. Te dizer o quanto adoro seus olhos, seus lábios, seu pescoço, seus peitos, sua bunda. Sentar na escada, fumando, até seus vizinhos chegarem em casa, sentar na escada, fumando, até você chegar em casa. Me preocupar quando você está atrasado, e me surpreender quando você chega cedo. E te dar girassóis e ir à sua festa e dançar. Me arrepender quando estou errado e feliz quando você me perdoa. Olhar suas fotos e querer ter te conhecido desde sempre. Ouvir sua voz no meu ouvido, sentir sua pele na minha pele, e ficar assustada quando você se irrita. Eu digo que você está linda, e te abraçar quando você estiver aflita, e te apoiar quando você estiver magoada, te querer quando te cheiro, e te irritar quando te toco e choramingar quando estou ao seu lado. E choramingar quando não estou. Debruçar-me no seu peito, te sufocar de noite e sentir frio quando você puxa o cobertor e sentir calor quando você não puxa. Me derreter quando você sorri, me desarmar quando você ri. Mas não entender como você pode achar que estou rejeitando você quando eu não estou te rejeitando, e pensar como você pôde pensar que eu te rejeitaria. E me perguntar quem você é, mas te aceitar do mesmo jeito. E te contar sobre o “tree angel”, “o menino da floresta encantada” que voou todo o oceano porque ele te amava. Comprar presentes que você não quer e devolvê-los de novo. E te pedir em casamento, e você dizer “não” de novo mas continuar pedindo, porque embora você ache que não era de verdade mas sempre foi sério, desde a primeira vez que pedi. Ando pela cidade pensando. É vazio sem você mas eu quero o que você quiser e penso. Estou me perdendo, mas vou contar o pior de mim e tentar dar o melhor de mim porque você não merece nada menos que isso. Responder suas perguntas quando prefiro não responder, e dizer a verdade mesmo que eu não queira, e tentar ser honesto porque sei que você prefere. E achar que tudo acabou, espera só mais dez minutos antes de me tirar da sua vida. Esquecer quem eu sou e me deixar tentar chegar mais perto de você. E de alguma forma, de alguma forma, de alguma forma compartilhar um pouco do irresistível, imortal, poderoso, incondicional, envolvente, enriquecedor, agregador, atual, infinito amor que eu tenho por você.”

A trilha sonora foi feita por Gary Go e é uma das mais encantadoras que já escutei.

Ficha técnica:

Direção: Michael Tamman & Richard Jakes

Elenco: Christopher Dunlop and Fiona Pearce

Lançamento: 2008

Duração: 6 minutos

Trilhas sonoras dos filmes que amamos: Canções de Amor

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Ah, o cinema francês… às vezes eu só queria estar dentro de algum filme que fosse ambientado perto da Torre Eiffel, onde ao som de Edith Piaf eu tomaria meu café sem incômodo algum. Seria pedir muito?

A soundtrack de hoje faz parte do filme francês Canções de Amor de Christophe Honoré, lançado em 2007, no mesmo ano foi indicado para o Festival de Cannes. Quem gosta de cinema francês não pode perder a chance de ver esse musical que conta com atores como Louis Garrel (O Ciúme) e Ludivine Sagnier (Molière). As cores escuras e a iluminação do filme se encaixam perfeitamente com o enredo, já que se trata de perdas e como se deve enfrentá-las. A história acompanha a vida do jornalista Ismael que vive um triângulo amoroso com Julie e Alice, que depois será interrompido por causa de uma grande tragédia. No decorrer de toda a trama os personagens transmitem seus sentimentos através da música, em francês, claro! O que torna tudo ainda mais agradável.

Sem mais delongas, compartilho com vocês essas músicas que inspiram e fazem qualquer um admirar o cinema francês. Au revoir!

*Os vídeos contêm cenas do filme, cuidado com os spoilers!*

De bonnes raisons

L’inventaire

La Bastille

Je n’aime que toi

Brooklyn bridge

Delta charlie delta

Il faut se taire

As-tu déjà aimé

Les yeux au ciel

Stranger Things: De volta aos anos 80

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Olá cinéfilos! Queria deixar claro que não é só de filmes que se vive! As séries estão aí para preencher nossa fome cinematográfica também. Há poucos dias estava louca, maluca mesmo, atrás de uma série nova para assistir e resolvi cair de cara em alguma que só tivesse apenas uma temporada. Eu já estava de olho em Stranger Things fazia uns três dias, isso depois do seu lançamento. Fui assistir sem muita esperança de ser algo que me surpreendesse. Devorei a primeira temporada em um dia e se não bastasse assisti mais duas vezes depois. Tenho que dizer para vocês, com certeza é a melhor série de 2016 até agora. Os irmãos Duffer estão de parabéns!

Deixando a minha história pra lá, vou fazer um pequeno resumo da série para vocês.

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[Resumo] A série se passa nos anos 80, quando um garoto chamado Will Byers (Noah Schnapp) some em uma noite sem deixar pistas. Após seu sumiço coisas estranhas começam a acontecer pelas redondezas, luzes piscam sem parar, uma garota com supostos poderes surge de repente, o Governo entra nas investigações sobre Will, além de vários outros mistérios. Cabe aos seus amigos Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin) investigarem seu desaparecimento, além da polícia, liderada pelo delegado Hopper (David Harbour). A mãe de Will (Winona Ryder) acredita que ele está vivo e corre um grande perigo. Em meio a grande charada só resta uma dúvida: Onde está Will Byers?

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A série ganhou bastante popularidade por possuir muitas referências aos filmes  que fizeram sucesso nos anos 80 (minha parte preferida), fazendo alusão a E.T., The Thing, Explorers, Conta Comigo, Alien, Os Goonies, Poltergeist, Firestarter e até mesmo a filmes mais recentes como O Labirinto do Fauno, aliás se você já assistiu a série, vai perceber que o Demogorgon lembra muito alguém! A casa dos personagens deixam as referências mais visíveis ainda, pois os quartos deles possuem vários pôsteres de filmes daquela época, como o pôster de ”Evil Dead” no quarto de Jonathan e ”The Thing” no porão do Myke. Stranger Things é um filho mais novo de Steven Spielberg, John Carpenter e Stephen King. Isso não quer dizer que a série é um ”remake” das obras desses grandes mestres, mas sim um produto cheio de originalidade que nos transporta para uma realidade chocante, cheia de terror e ficção.

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”Conta Comigo”, filme dirigido por Rob Reiner lembrado na série.

Lotada de qualidade visual a série também se destaca pela trilha sonora, focando na banda The Clash com a música ”Should I Stay or Should I Go?” e satisfazendo nossa sede musical com Joy Division, New Order, Toto, Trooper, Jefferson Airplane, Moby e uma versão incrível de Heroes de David Bowie cantada por Peter Gabriel.

luzA segunda temporada de Stranger Things já está confirmada. Até lá, haverá um mar de teorias para desvendar todas as coisas estranhas que aconteceram nessa primeira temporada e poderão voltar para perturbar nossos queridos personagens.

Lista de alguns filmes que foram lembrados em Stranger Things: 

E.T. (1982)     The Thing (1982)     Alien (1979)     The Goonies (1985)     It (1990)     Jaws (1975)      Close Encounters of the Third Kind (1977)     A Nightmare on Elm Street (1984)     Poltergeist (1982)     Explorers (1985)    The Shining (1980)     Stand By Me (1986)   Commando (1985)     El laberinto del fauno (2006)     Under The Skin (2013)     Carrie (1976)

 

 

[Resenha] Os Reis do Verão

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Quem nunca teve aquela vontade insana de fugir de casa e viver em um lugar onde não existem regras, por favor atire a primeira pedra! Sem muito conhecimento sobre Jordan Vogt-Roberts o diretor de ”The Kings Of Summer” resolvi dar uma chance pra ele (ousada) e descobrir o que tinha de tão especial por de trás desse filme, e realmente me impressionei, só dou uma dica, não assistam dublado! E, eu não poderia esquecer de falar para vocês que a trilha sonora é fantástica! Além de tocar MGMT ❤

[Resenha] Joy (Nick Robinson) é um adolescente que não consegue manter um relacionamento estável com seu pai, e depois da morte de sua mãe as coisas na família realmente pioraram, seu pai está saindo com uma mulher e isso não o agrada, e a garota de quem ele gosta está namorando um dos caras festeiros da escola. Com todas essas desavenças acontecendo em sua vida, ele resolve ir embora, mas não apenas fugir para um lugar qualquer, mas sim para um esconderijo no meio da floresta, onde ele sabe que nenhum adulto poderá encontrá-lo. Patrick (Gabriel Basso) que é o melhor amigo de Joy, também está em crise com sua família, porque seus pais são bastante tradicionais e repetitivos, e isso o irrita com frequência. Atendendo o pedido de Joy para que fujam juntos, Patrick pensa por um momento até que resolve ir embora também. O que eles não esperavam é que um garoto meio sem noção chamado Biaggio (Moises Arias) iria seguir com eles nessa aventura. Juntos eles resolvem construir uma casa no meio da mata, e com muito esforço eles criam um lar, um lugar onde nada é impossível para três jovens que agora se tornaram homens! Após se divertirem alguns dias na casa, Joy resolve convidar Kelly (Erin Moriarty), a garota de quem gosta, para conhecer a sua nova casa, ela fica feliz com o convite e leva alguns amigos. Depois da noite corrida, Joy descobre que Kelly gosta na verdade de Patrick, e isso o abala de uma forma descomunal, o que acaba destruindo a amizade e toda a vivência que construíram no novo lar. A união dos ”reis do verão” agora está em jogo.

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Jordan Vogt-Roberts criou um filme que nos envolve de certa forma que até a história mais absurda não pode superar a simplicidade passada em ”The Kings Of Summer”. Espero poder apreciar mais longas vindos desse grande gênio que me surpreendeu com a vida de Joy, Patrick e Biaggio.

Nota: 4 em 5.

Direção: Jordan Vogt-Roberts

Estreia Mundial: 23 de Agosto de 2013

Duração: 95 Minutos

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[Cinema Literário] O Clube do Filme

Caros cinéfilos, amantes da literatura, que eu sei! Que tal misturar duas paixões? Cinema e leitura, com uma dose de crise juvenil, sim, baita crise! Sem mais enchimento, eu não podia deixar de falar sobre ”O Clube do Filme”, que no momento é um dos melhores livros que já li, sabe, aquela coisa que de tão simples se torna memorável. Então, resumo pra vocês!

O_CLUBE_DO_FILME_1243522620B[Resumo] David Gilmour um crítico de cinema desempregado encontra problemas tanto financeiros como também com o filho Jesse, que acumula reprovações na escola mesmo sendo muito inteligente, e além disso não sabe o que vai fazer de sua vida. Diante de toda essa crise, David resolve dar uma atenção maior para o garoto e decide que ele não precisa mais ir para a escola, nem ajudar em casa, mas somente se ele assistir três filmes por semana, e após isso levantar discussões sobre cada longa. Após tantos Kubricks e Allens assistidos, David se vê em uma situação que pode salvar ele e seu filho. As discussões entre pai e filho sobre cada filme abrem espaço para assuntos diversos como mulheres, dor, amizade, trabalho e por aí vai.

Uma história aparentemente curta, trás sentimentos imensos que só quem ler vai sentir. David Gilmour conseguiu mostrar que o cinema é capaz de mudar vidas e mostrar o que há de melhor nelas. A relação entre pai e filho também é tratada como algo muito sincero, o que realmente acontece fora da ficção.

David e Jesse, um pai e um filho apaixonados pela sétima arte.
David e Jesse, um pai e um filho apaixonados pela sétima arte.

Alguns filmes fantásticos que foram citados no livro: A Doce Vida, Instinto Selvagem, Os Reis do Iê, Iê, Iê, O Iluminado, O Poderoso Chefão, Amores Expressos, O Bebê de Rosemary, Loucuras de Verão, Anjo do Mal, Apocalypse Now, Bonequinha de Luxo, Cantando na Chuva, O Grande Gatsby, Lolita, Manhattan, Nascido Para Matar, Picardias Estudantis, Psicose, Tubarão, Último Tango em Paris e muitos outros clássicos.

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[Crítica] Cashback, Bem-Vindo ao Turno da Noite

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[Resumo] Quando o estudante de arte Ben Willis termina com sua namorada Suzy, ele desenvolve insônia depois de descobrir que ela o esqueceu bem rápido. Para passar as longas horas da noite, ele começa a trabalhar no turno da noite em um supermercado local. Lá ele encontra todo tipo de personagens coloridos, em que todos têm sua própria “arte” em lidar com o tédio de oitos horas de trabalho.

[Crítica] Uma interiorização de comédia com drama funcionou perfeitamente em um filme que foca como maior objetivo humano, o amor. Cashback poderia se encaixar em longas que são cheios de clichês desnecessários, como a velha história do adolescente que foi deixado pela namorada e busca maneiras para se livrar da tristeza existencial que o aterroriza, mas Sean Ellis, o diretor, juntou dois gêneros que se completaram como uma poesia. O filme conta uma história bem elaborada e recheada por um elenco cativante. É notável no longa a lembrança dos filmes adolescentes americanos, mas esse não é o foco principal, aliás está longe disso, pois os personagens se mostram com sentimentos tão subjetivos que chegam a ser melodramáticos. O amor é tratado como algo impossível, que só pode ser alcançado quando Ben paralisa o tempo e tem  a oportunidade de desenhar tudo o que se encontra ao seu redor, principalmente, a garota do caixa, Sharon. O turno da noite no supermercado, mostra o lado pessoal de cada personagem, o fato de Sharon evitar olhar para o relógio para que o tempo ”ande” mais rápido é algo realista, e mostra o lado natural do ser humano, a fuga do que o prende. É necessário se encontrar em cada personagem, para que realmente se possa viver o que acontece com cada um interiormente, é possível sentir nessa obra os sentimentos ofuscados nas pessoas mais remotas do filme. O grande destaque é o ator Sean Biggerstaff  que se mantêm no espírito de seu personagem ”Ben”. Mas, nem tudo são rosas, o final deixou muito a desejar, porque se caracterizou com os filmes de romance comerciais e se desprendeu do grande desenvolvimento que acontece durante todo o longa. Entretanto, é uma obra que merece destaque por aparentar um estilo único, e com certeza é um dos melhores filmes que assisti esse ano.

Nota: 4 em 5.

Direção: Sean Ellis

Estreia Brasil: 1 de Novembro de 2008

Duração: 102 Minutos

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[Livro x Filme] Desventuras em Série

desventuras Olá cinéfilos de plantão! Creio eu que pelo menos 70% de vocês já tenha assistido Desventuras em Série e com certeza devem amar esse filme, mas também acredito que a maioria de vocês não tenha lido os livros que deram origem ao filme, então, acabei me sentido na responsabilidade de dizer: LEIAM, É FANTÁSTICO! Este post é para quem leu ou não leu mas ainda assim quer descobrir as diferenças que existem entre o filme e o livro ou querem apenas recordar. Ainda tô no terceiro livro, sei que ainda estou longe de terminar todos os volumes, porém até agora estou apaixonada e em posts futuros não tão distantes vou retornar com mais casos de Desventuras em Série! jovens [Resenha] Os Jovens Baudelaire estão em mais um dia qualquer na praia, até perceberem a imagem de uma sombra misteriosa, que na verdade é apenas o Sr. Poe, um velho amigo, que chega com a triste notícia de que ouve um grande incêndio na casa dos Baudelaire e que seus pais não sobreviveram. E agora, Klaus, Sunny e Violet terão alguém por eles? Quem será o novo tutor ou tutora das crianças? Os dias tristes seguirão, e os três irmãos não sairão tão cedo deles. conde [Spoiler] Já começo falando para vocês que a sequência do filme é bem diferente da do livro, por exemplo, no primeiro volume da série chamado ”Mau Começo”, o Conde Olaf se torna tutor das crianças Baudelaire, como no filme, mas a primeira falcatrua que ele comete no livro é a peça onde ele tenta se casar com Violet, para assim, então, se apossar de toda a fortuna da garota quando ela completar 18 anos, entretanto, quem se lembra do filme sabe que essa parte se encontra apenas no final. Não sei se vocês se lembram da juíza Strauss, porque no filme ela não tem um papel tão relevante, já no livro, ela é bastante querida e até ajuda os três irmãos a descobrir o plano do Conde, além disso, no final, quando a peça não é concluída e Olaf acaba fugindo, a Juíza afirma querer se tornar a nova tutora das crianças, mas o Sr. Poe que é responsável por elas avisa que o tutor deve ter algum parentesco com os mesmos, o que acaba deixando Klaus, Sunny e Violet muito tristes. Eu estranhei bastante, e fiquei ainda mais curiosa para continuar seguindo com a leitura do gênio que usa como codinome Lemony Snicket. O segundo é ”A Sala dos Répteis” onde os orfãos Baudelaire vão morar com o tio Monty, vocês lembram que o Tio Monty acaba sendo assassinado pelo Conde Olaf, ok? Mas, no livro o Conde deixa claro que ele foi assassinado por uma cobra altamente venenosa chamada Mamba do Mal, já no filme eles dizem que o Dr. Montgomery foi assassinado pela Víbora Incrivelmente Mortífera, onde criam a inesquecível cena onde Sunny se encontra brincando com a cobra, que na verdade é doce e amigável. Os irmãos Baudelaire descobrem a farsa de Olaf quando Klaus lê um livro onde diz que, a Mamba do Mal estrangula sua vítima deixando marcas no corpo, porém o Tio Monty estava mais branco que a neve. serie Bom, vocês já viram que as diferenças são muitas, mas eu não vim aqui pra mostrar que o filme está errado ou que é ruim, na verdade sou grande fã do longa e acredito que a mudança que fizeram na história foi altamente essencial para que o roteiro ficasse mais simples e com um conceito fantástico. Além do elenco que fez toda a diferença no filme, Jim Carrey fez um ótimo trabalho como Conde Olaf e tenho uma paixão pelo Liam Aiken, para mim nenhum outro ator poderia fazer o papel de Klaus a não ser ele. Brad Silberling fez um conjunto de treze livros se tornar em um filme inesquecível, e também seria meio complicado seguir com fé em todos os volumes, aliás são treze livros para um só filme. Vou lhe dar uma dica que você tem que seguir a risco, se estiver com vontade de se prender a uma leitura que vai demorar um pouquinho para acabar por conter muitos livros, então leia Desventuras em Série, Daniel Handler, quer dizer, Lemony Snicket vai prender sua atenção do início ao fim, só cuidado com o lago das sanguessugas. Sem falar que a Netflix vai produzir um seriado baseado na série, adivinha quem está mega ansiosa? 

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O Movimento Hippie no Cinema

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Paz e Amor, que tal? Os Hippies não tomaram conta apenas dos anos 60, mas também do cinema que roda pelo mundo até os dias de hoje. Quem não conhece a cultura hippie, deve lembrar que foi um movimento que se popularizou por pregar a busca incansável por um mundo sem violência e totalmente liberal. Normalmente, os hippies eram pessoas jovens que vinham de famílias ricas, mas não gostavam de viver dessa forma, que era considerada por eles altamente consumista. As pessoas que aderiram a esse movimento se vestiam de maneira informal, com roupas coloridas, tiaras, franjas tanto nas vestimentas como em bolsas ou calçados, e grande parte usava drogas em geral. Além disso os hippies dos anos 60 tiveram a sorte de participar de grandes festivais, como Woodstock, onde prestigiavam grandes cantores como Jimi Hendrix, Janis Joplin e principalmente a banda The Who. Vários diretores foram influenciados por essa cultura, e fizeram filmes baseados no contexto hippie. Então, vamos a lista?

Hair, 1979.

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”Andamos orgulhosos com nossos casacos de inverno, vestindo cheiros de laboratório, encarando uma nação que morre.”

Claude, um jovem do Oklahoma, que foi recrutado para a guerra do Vietnã, é “adotado” em Nova York, por um grupo de hippies comandados por Berger, que como seus amigos tem conceitos nada convencionais sobre o comportamento social e tenta convencê-lo dos absurdos da atual sociedade. Lá, Claude, também se apaixona por Sheila, uma jovem proveniente de uma rica família.

Direção: Miloš Forman

Aconteceu em Woodstock, 2009.

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“Perspectiva é o que bloqueia o universo.”

No verão de 1969, Elliot volta sua atenção ao hotel dos pais para evitar que seja tomado pelo banco. Descobrindo que um festival de música e artes que aconteceria numa cidade vizinha à dele perdeu a licença para a sua realização, Elliot entra em contato com o produtor Michael Lang, vendo no evento a salvação do hotel. Rapidamente, a equipe do festival de Woodstock muda-se para o El Monaco e meio milhão de pessoas se dirige à fazenda de Max Yasgur, vizinho de Elliot, para “3 dias de Paz e Música em White Lake.”

Direção: Ang Lee

Viagem ao Mundo da Alucinação, 1967.

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O publicitário Paul Groves (Peter Fonda) está passando por um momento difícil em sua vida. Além do excesso de trabalho ele está se divorciando. Para saber mais sobre si mesmo e explorar seu inconsciente, Paul decide experimentar o LSD, sob a supervisão do amigo John (Bruce Dern), uma espécie de guru. Após comprar a droga com o hippie Max (Dennis Hopper), Paul vai até a casa de John onde este planeja estudar a experiência.

Direção: Roger Corman

Sem Destino, 1969.

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”É difícil ser livre quando se é comprado e vendido no mercado. Mas nunca diga a alguém que ele não é livre… Porque ele vai tratar de matar e aleijar para provar que é. Eles falam sem parar de liberdade individual… Mas, quando veem um indivíduo livre, ficam com medo.”

Em busca de sexo, drogas e rock and roll, Hopper e Fonda são dois jovens que cruzam os Estados Unidos em suas motocicletas. No caminho vão encontrando personagens estranhos, como um advogado alcoólatra interpretado por Jack Nicholson. E a trilha sonora é uma maravilha a parte, com os mestres psicodélicos da época, como Jimi Hendrix, Byrds, Steppenwolf…

Direção: Dennis Hopper

Zabriskie Point, 1970.

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“Você está disposto a morrer? Não de tédio.”

Zabriskie Point é um filme de Michelangelo Antonioni lançado em 1970 que mostra o movimento de contracultura dos EUA na época. O filme conta a história de um jovem casal — uma jovem secretária idealista e um militante radical — para passar uma mensagem “anti-establishment”. O filme é assim chamado em lembrança do monumento natural Zabriskie Point, no Vale da Morte, na Califórnia, EUA.

Direção: Michelangelo Antonioni

Bem-Vindos, 2000.

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”Estamos quase dissolvidos. Juntos nos tornamos um grande mingau… Isto é quente, saboroso e nutritivo, e sim, bastante bonito, também. Então não estamos mais pequenos e isolados, mas nos tornamos quentes, macios e umidos. Parte de algo maior que nós mesmos. Algumas vezes a vida é como um enorme mingau, não acha?”

Bem-vindos é a saga de uma comunidade hippie que tenta aliar seus ideais anarquistas à convivência com burgueses e aos próprios conflitos internos. Um desses conflitos é retratado pela neo-burguesa Elizabeth (Lisa Lindgren), que apanha do marido e resolve se mudar com seus dois filhos para a casa onde seu irmão Göre (Gustav Hammarsten) vive. É quando ela encontra um mundo politizado, de sexo livre que prega marxismo e liberdade incondicional, embora as crianças sejam proibidas de assistir à TV e o sexo não seja tão livre assim. Aos poucos, a fusão dessas duas realidades altera a vida do grupo e demonstra que, apesar de ser difícil a convivência, todos são bem-vindos.

Direção: Lukas Moodysson

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[Cinema Literário] Ismos – Para entender o Cinema

isms.cover.final4/_Os amantes da sétima arte se encontram em todo lugar, todo mundo gosta de assistir um bom filme no tempo livre, mas existem aqueles que são totalmente dependentes do mundo surreal cinematográfico, e estão sempre procurando estudar gêneros, subgêneros e movimentos artísticos que influenciaram e surgiram para criar todos os tipos de filmes.

O livro que indico para todos, que assim como eu amam o cinema, é ”Ismos – Para entender o Cinema”, escrito por Ronald Bergan, que sem criar listas desnecessárias juntou aspectos importantes na criação de longas, desde os filmes em preto e branco até a magia das cores. No livro ele faz uma ligação entre todos o gêneros e também apresenta diretores que participaram da trajetória do cinema, assim como as principais obras. Além disso, possui ricas fotografias.

Com descrições simples, o livro ensina que a sétima arte nasceu para todos, e que qualquer pessoa é capaz de encontrar o gênero em que se encaixa. Eu me encontrei no Dogmatismo, me apaixonei pelo movimento criado por Lars Von Trier e Thomas Vinterberg. Sem dúvidas é um livro essencial para qualquer cinéfilo.

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[Crítica] Funny Games U.S.

Funny Gamesss [Resumo/Spoiler] O filme conta a história de um casal que decide passar alguns dias em sua casa perto do lago. Ao chegar no local correspondente eles encontram amigos, mas os mesmos estão estranhos e indiferentes. Decididos a aproveitar a serenidade do lugar, eles não percebem que estão prestes a presenciar uma tragédia que acontecerá com eles mesmos. Sem muita demora um garoto aparece na casa dizendo precisar de alguns ovos, mas logo em seguida aparece um segundo garoto, formando assim uma dupla mentalmente pertubada. E após estarem todos juntos na casa, a dupla decide começar com um jogo, onde a grande aposta é a vida da família. Daí em diante eles passam por situações que só assistindo para crer.

[Crítica] Com atuações fracas e uma direção ”quase espetacular”, Funny Games U.S. pode ser considerado uma faca de dois gumes. O remake é uma cópia mal feita da grande obra produzida em 1997, mesmo sendo dirigido pelo grande mestre Michael Haneke. Os comentários sobre o filme são sempre os mesmos, ”Filme parado e sem muitas falas”, mas isso nunca foi defeito no mundo do cinema. Filmes como os de Philippe Garrel (O Ciúme) possuem esse estilo, a falta de falas extremamente elaboradas, e até mesmo cansativas engrandecem a obra, pregando movimentos ainda não esquecidos como o Dogmatismo. Entretanto, a versão americana de Funny Games peca em outros aspectos. A bancada de ótimos atores não foi capaz de salvá-lo. Nomes como Naomi Watts (King Kong) e Tim Roth (Velha Juventude) rechearam o elenco, mas não foram felizes em seus papéis. Algo bastante notável foram as diferenças entre Michael Pitt (Os Sonhadores) e Arno Frisch (O Vídeo de Benny), que foi quem interpretou Paul na versão de 1997. Arno foi capaz de trazer o público para dentro da tela, e até mesmo simpatizar com quem estava assistindo o filme, deixando toda uma cultura de cinéfilos traumatizada. Mas, Michael não conseguiu mostrar essa subjetividade no papel de Paul, o momento ”glorioso” em que o jovem olha para a câmera e sorri para o espectador não tem nada de convincente, o que deveria ser o contrário. O ator que se destacou no filme foi Brady Corbet (Mistérios da Carne) que sem muitas jogadas fez um ótimo trabalho e se mostrou um verdadeiro louco e indeciso. Sem analisar muito, na verdade quase nada, o filme é uma cópia de Funny Games de 1997 sem nenhuma novidade, mas em questão de entretenimento funciona bem. Mas, claro que se você quiser guardar algo cinematográfico que nunca vai esquecer, assista Funny Games a versão austríaca, só depois você dará uma olhada no remake.

Nota: 2,5 em 5.

Direção: Michael Haneke

Estreia Brasil: 20 de Outubro de 2007

Duração: 111 Minutos

 

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